Recebi uma ligação de um número desconhecido e ouvi meu marido dizer: ‘Minha esposa está cozinhando e limpando banheiros enquanto estou aqui com você, meu amor’

A Festa da Firma Que Acabou Com Meu Casamento
Quando meu marido me disse que teria uma festa de trabalho, eu não suspeitei de nada fora do comum. Afinal, dez anos de casamento criam uma falsa sensação de segurança. Mas naquela noite, uma ligação virou minha vida do avesso — e me colocou cara a cara com a verdade.
Tudo começou numa quinta-feira. Brian chegou em casa cantarolando, leve, como não o via há tempos. Disse que haveria uma confraternização da empresa no dia seguinte à noite, apenas para funcionários. Nada demais. “Só papo de trabalho e números chatos”, ele brincou, como se estivesse me poupando de um tédio.
Achei estranho — Brian nunca foi fã de festas — mas deixei pra lá.
Na sexta-feira, ele estava mais doce do que o normal. Me abraçou pela cintura enquanto eu fazia café da manhã, disse que eu era incrível, pediu sua camisa branca favorita passada, e até me lembrou de fazer sua lasanha preferida. Tudo isso com um sorriso suspeito. A cereja do bolo? Pediu que eu deixasse os banheiros impecáveis “caso tivesse visita”.
Passei o dia inteiro me dedicando à casa. Limpei, cozinhei, organizei tudo. Me senti uma esposa exemplar. Até o telefone tocar.
Era um número desconhecido. Por pouco eu não ignorei, mas atendi. Do outro lado, só dava pra ouvir música alta e risadas abafadas — e então a voz dele:
“Minha esposa? Ela deve estar esfregando o banheiro ou fazendo lasanha… é previsível assim.”
O mundo parou.
Antes que eu pudesse reagir, a ligação caiu. Logo em seguida, uma mensagem: apenas um endereço. Não era familiar, mas algo em mim sabia exatamente o que era. Aquilo não era uma festa de trabalho.
Peguei minhas chaves e fui direto para o local.
O GPS me levou a um Airbnb luxuoso do outro lado da cidade. Havia carros caros na entrada, gente rindo e brindando nas janelas. Não era um ambiente corporativo — era uma festa de verdade, e não para funcionários.
Me aproximei da porta com um balde de limpeza nas mãos — escova, luvas e tudo. Um segurança tentou me barrar, mas disse que precisava deixar algo para meu marido. “O de camisa branca”, apontei.
Ele deixou eu passar.
A sala ficou em silêncio ao me ver, descabelada e com o balde nas mãos. E então, lá estava ele: Brian, sorrindo, com o braço ao redor de uma mulher jovem, em um vestido vermelho colado. Quando me viu, empalideceu.
“Emily?”, ele gaguejou. “O que você tá fazendo aqui?”
“Você esqueceu isso”, respondi alto, entregando a escova e o limpador. “Já que gosta tanto das minhas habilidades com o banheiro, talvez precise para limpar a bagunça que fez no nosso casamento.”
As pessoas ao redor engasgaram. A mulher ao lado dele se afastou, envergonhada. Mas eu não tinha terminado.
“Esse é o Brian. Em casa, faz papel de marido dedicado. Aqui, brinca de solteiro apaixonado. Aproveitem a festa, gente. E lembrem-se: quem trai com você, trai você também.”
Deixei o balde aos pés dele e fui embora.
Mal cheguei no carro, meu celular tocou novamente. O mesmo número desconhecido. A mensagem dizia:
“Você merece saber a verdade. Sinto muito que tenha sido assim.”
Liguei de volta, e uma mulher atendeu. Se apresentou como Valerie. Disse que trabalhou com Brian e que se cansou de ver as traições, as mentiras, as piadas que ele fazia às minhas custas. Encontrou meu número nos contatos de emergência da empresa. Tinha saído do emprego, mas antes disso, ajudou uma colega a organizar a festa e se certificar de que eu descobriria tudo.
“Meu marido era igual. Também demorei a enxergar. Só não consegui ver isso acontecer de novo com outra mulher.”
Fiquei em silêncio. Senti um misto de dor e gratidão. Eu precisava saber, e ela me deu isso.
No dia seguinte, embalei tudo que era de Brian e deixei do lado de fora. Troquei a fechadura. Quando ele tentou entrar, encontrou uma mensagem no celular:
“Aproveite.”
Foi o fim do nosso casamento — e o começo da minha liberdade.